Nesse primeiro dia do ano, quero compartilhar com vocês algumas ideias referentes às tendências no Legal Design para 2022.
E não estou falando sobre a cor Pantone do ano, pois isso é design gráfico e não Legal Design. O Legal Design é sobre Design Thinking e não sobre design gráfico.
Eu estou na inovação jurídica desde 2015 e no Legal Design desde 2018, então acredito que eu tenha credenciais para dar alguns palpites sobre tendências, não é mesmo?
Sendo assim, considerando o cenário pós-pandemia que teremos e todas as mudanças que tivemos nesses últimos dois anos, seguem as tendências para 2022:
Design de Informação
No tipo mais simples de Legal Design, que busca aprimorar a comunicação jurídica por meio de documentos mais bem projetados, a tendência é a profissionalização.
O que vimos em 2021 foi uma proliferação de contratos e petições elaboradas sem a utilização da abordagem do design thinking e um exagero de cores, ícones e QR codes, que mostraram a imaturidade do setor no Brasil.
Com o aumento do número de profissionais preparados e o aprimoramento do nível de conhecimento dos clientes, teremos uma cobrança por resultados desses novos modelos de documentos jurídicos, bem como por um acabamento mais profissional, no que se refere aos princípios de design gráfico.
Eu vi em 2021 uma grande operadora de telefonia questionar um escritório de advocacia sobre os motivos da peça com “visual law” sofrer mais derrotas na justiça do que o modelo anterior, tradicional.
Design de Produto
Quando o assunto é o desenvolvimento de ferramentas que auxiliem as pessoas a realizarem suas tarefas jurídicas, a tendência é a digitalização.
A pandemia aproximou as pessoas dos recursos digitais. Trancados dentro de casa, tivemos que usar computadores, smartphones e outros dispositivos digitais para conseguir realizar as tarefas do dia a dia, inclusive trabalhar.
Esse movimento ajudou a classe jurídica, tradicionalmente avessa à tecnologia, a perceber que é possível executar online todas as atividades de uma organização, da captação de clientes à realização de reuniões, da pesquisa jurídica à participação em audiências.
Portanto, acredito que em 2022 surgirão diversas aplicações online focadas em ajudar o setor jurídico a entregar serviços melhores e mais eficientes.
Design de Serviço
A pandemia também impactou a forma como as pessoas enxergam a prestação de serviços.
As pessoas começaram a notar que pequenos cuidados podem não ser apenas um diferencial, mas sim uma obrigação de cada fornecedor.
Ou você chega em uma padaria hoje e acha “tudo bem” se a mesa ainda estiver um pouco suja em razão da visita do cliente anterior?
E essa exigência superior e atenção aos detalhes deve chegar à prestação de serviços jurídicos.
Os clientes não aceitarão mais que um e-mail ou contato telefônico demore mais do que 24 horas para ser respondido. Não aceitarão mais um pequeno erro no relatório. Não aceitarão mais um atraso na entrega do serviço.
Aqui, os designers jurídicos serão chamados para projetar experiências que encantem os clientes e os surpreendam positivamente, desde o dia em que o cliente faz o primeiro contato, passando por toda a sua jornada durante a prestação do serviço e indo além do pós-venda.
Design de Organização
Essa é uma das áreas que mais deve crescer em 2022, uma vez que as organizações jurídicas precisam de apoio para realizar o seu retorno aos escritórios.
Teletrabalho? Modelo híbrido? Rodízio?
Qual é, afinal, a melhor solução para que a organização possa ser eficiente e produtiva, gerar valor e promover a felicidade de seus colaboradores e clientes?
Essa é a resposta que o Legal Design de Organização te dará.
E aqui teremos também um encontro com os tipos anteriores de design, pois uma organização somente atingirá o seu potencial máximo se souber escolher ou desenvolver as ferramentas mais adequadas para o seu time e oferecer a melhor experiência para os seus clientes.
Tudo isso é papel do Legal Designer.
Design de Sistemas
Por fim, teremos no poder judiciário e nas faculdades de direito os mesmos desafios que as organizações privadas enfrentarão: o retorno.
Portanto, Legal Designers poderão ser chamados por tribunais e por instituições de ensino, por seus laboratórios de inovação, para ajudar a repensar como serão os seus serviços daqui para frente.
Continuaremos a ter audiências online ou teremos que viajar de São Paulo até Belém para dizer que não tem acordo?
Continuaremos a ter aulas online ou teremos que atravessar a cidade em um dia de caos e chuva para assistir uma aula que não ficará gravada?
Todas essas são questões que um Legal Designer ajudará a responder em 2022.
Conclusão
O ano de 2022 se mostra muito promissor para o Legal Design e isso se justifica porque estamos diante de um ano de muitas mudanças e, sempre que algo novo precisa ser implementado, a participação de alguém que entende de design thinking é essencial.
Se você quer saber mais sobre o Legal Design, conheça a nossa Comunidade. Nela, além de dezenas de aulas sobre as mais variadas vertentes do Legal Design, você também encontra um grupo de profissionais incríveis para te auxiliar na sua jornada.
Não deixe para 2023 as conquistas que você pode obter em 2022!
Esse é o ano do Legal Design!
Mauro Roberto Martins
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