top of page

A teoria dos jogos e o dilema da adoção da I.A. pelos escritórios de advocacia

Você sabe o que é a Teoria dos Jogos? Calma, não tem nada a ver com xadrez ou videogame.


Na verdade, a Teoria dos Jogos é o nome dado a uma teoria matemática que observa como os indivíduos envolvidos em uma situação tendem a buscar melhorar seus resultados.


A chave para a teoria dos jogos é que a recompensa de um individuo depende da estratégia implementada por outro indivíduo.


Por exemplo, dentre os principais conceitos explicados por essa teoria é o fato de que antes de tomar qualquer decisão, você deve colocar-se no lugar dos concorrentes e imaginar a sua reação é uma das principais atitudes a se tomar.


EXEMPLO PRÁTICO: O DILEMA DOS PRESOS


O Dilema dos Prisioneiros é um jogo da teoria dos jogos que envolve dois jogadores, que são dois presos suspeitos de participação em um mesmo crime.


O delegado os interroga separadamente e, durante o interrogatório, eles devem decidir se confessam ou não.


Para isso, o delegado oferece uma possibilidade de acordo, com as seguintes condições:


  • Se ambos confessam, cada um recebe uma pena de cinco anos.

  • Se um confessa e o outro não, o que confessa sai livre e o outro recebe uma pena de dez anos.

  • Se ambos permanecem em silêncio, cada um recebe uma pena de seis meses.


O Dilema dos Prisioneiros também é conhecido como Dilema da Confiança, pois a confiança entre os jogadores fica abalada, uma vez que a escolha individual que maximiza o ganho de cada jogador leva à traição mútua.


O DILEMA DA ADOÇÃO DE I.A. PELOS ESCRITÓRIOS DE ADVOCACIA


Trazendo essa teoria matemática para o mercado jurídico atual, podemos utilizá-la no contexto da adoção de Inteligência Artificial pelos escritórios de advocacia, que está se tornou um verdadeiro dilema.


Para essa situação, temos as seguintes possibilidades de jogadas:


Se você e seu concorrente adotarem I.A., ambos assumem os riscos e os custos da iniciativa, mas ambos podem aumentar sua produtividade e margem de lucro ou escolher oferecer um preço mais competitivo.


Se um adota e o outro não, o que adota assume os riscos e benefícios da iniciativa e o outro continua como está, com os mesmos níveis de produtividade, margem de lucro e espaço para ajuste no valor dos honorários para aumentar sua competitividade.


Se ambos permanecem sem Inteligência Artificial, ninguém se beneficia das vantagens da I.A., mas ninguém fica para trás ou é prejudicado pela adoção do concorrente.


A REALIDADE DO MERCADO


Primeiramente, a realidade apresenta inúmeros concorrentes e não apenas dois. Portanto, com esse número imenso de escritórios de advocacia no Brasil, não é possível que nenhum adotará Inteligência Artificial.


Em segundo lugar, não se pode esperar que um terceiro tipo de participante interfira no jogo, pois tanto a OAB quanto o CNJ já se manifestaram favoráveis ao uso de inteligência artificial no direito e isso não deve mudar.


Por fim, não existe um cenário em que todos os escritórios de advocacia "combinam" de não adotar Inteligência Artificial, pois o risco é o de você ser o único a cumprir o acordo e os seus concorrentes não, poderia deixar você para trás. Ou seja, você não pode confiar.


Se analisarmos entre os grandes escritórios brasileiros, temos o exemplo do Machado Meyer Advogados que não só criou uma ferramenta interna própria de I.A., quanto recentemente fez o anúncio de que se tornou o primeiro cliente brasileiro da Harvey, melhor ferramenta de I.A. jurídica do mundo, até o momento.


Se analisarmos a adoção de I.A. entre os escritórios médios, temos o exemplo do LBCA (Lee, Brock e Camargo Advogados) que criou internamente mais de 15 ferramentas de I.A. para o apoio em diversas atividades para diferentes clientes da banca.


E, no caso dos pequenos escritórios e advogados solo, uma pesquisa conduzida pelo ITS-Rio revelou que mais de 50% deles já estão usando ferramentas de Inteligência Artificial em sua rotina e prática jurídica.


Para mostrar como essa decisão pode mudar o curso da história, veja a jornada do Urbano Vitalino, um escritório que começou pequeno no Recife, escolheu adotar Inteligência Artificial ainda em 2017, quando pouco se falava no assunto, e hoje é o segundo maior escritório do Brasil, com 1.800 colaboradores, sendo 1.000 advogados.


CONCLUSÃO


Considerando todo o acima exposto, a conclusão lógica a que chegamos é a de que não há mais alternativas, senão a adoção da Inteligência Artificial no seu escritório.


Não é "se" os seus concorrentes adotarão I.A., pois eles já adotaram, em todos os segmentos e áreas de atuação.


Tendo eles feito o movimento primeiro, agora é a sua vez de fazer a jogada correta. Embora a sua estratégia de esperar não tenha sido a mais adequada, continuar esperando é aceitar ser derrotado no médio ou longo prazo.


Não se deixe enganar pela aparente calmaria do curto prazo. Se em 2023 as ferramentas de I.A. "alucinavam" e eram pouco confiáveis, em 2025 temos visto não apenas uma melhoria nas ferramentas de uso geral, como ChatGPT e Gemini, mas também o surgimento de ferramentas específicas para advogados, projetadas e treinadas com dados jurídicos, oferecendo incríveis resultados para seus usuários.


Portanto, se você demora 3 horas para elaborar um contrato e o seu concorrente apenas uma. Se você demora 5 horas para fazer uma contestação e seu concorrente apenas duas. Se você perde 2 horas procurando uma jurisprudência e o seu concorrente encontra em 10 minutos, o seu futuro está condenado.


GRUPO DE ESTUDOS GRATUITO SOBRE IA NA ADVOCACIA


Como diz Dale Carnegie:


“Se você concluir a leitura desse texto e não se sentir pelo menos um pouco mais bem equipado para enfrentar as situações da vida, considerarei esse artigo um completo fracasso, pois, o grande objetivo da educação não é o conhecimento, e sim a ação.”

E, para que você não só acumule conhecimento, mas coloque em prática o que aprendeu, quero te convidar para fazer parte do nosso grupo de estudos gratuito Advocac.IA Inteligente, onde nós compartilhamos diariamente dicas como essa do artigo.


O objetivo é aprendermos juntos como adotar a Inteligência Artificial na Advocacia de uma forma eficiente, segura e ética, nós criamos um grupo no WhatsApp focado, com gestão de conteúdo (poucos por dia) e curadoria especial.


Para participar, basta clicar nesse link e entrar: https://bit.ly/grupoadvocacIA


Obrigado!


Mauro Roberto Martins Junior!

 
 
 

Comments


bottom of page