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Por que vale a pena inovar no Direito?



Se você me acompanha por aqui há um tempo, já deve ter menos aversão ao termo “inovação”.


Nossos alunos se aprofundam na questão e aprendem na aula sobre Gestão da Mudança que temos no módulo de Design de Organização, que a aversão ao novo não é um privilégio dos profissionais do direito.


Porém, quero deixar as questões biológicas e psicológicas de lado para falar sobre outro aspecto da inovação: as oportunidades!


Por que mudar?


Talvez você possa imaginar que essa pauta de inovação seja algo ligado aos aficionados por tecnologia ou rebeldes inconformados que querem mudar o estado atual das coisas por simples capricho.


Na verdade, a principal justificativa para a inovação é a mudança da sociedade. E isso sempre aconteceu.


Rui Barbosa, por exemplo, nasceu em 1849 e começou a trabalhar no escritório de advocacia de Souza Dantas em 1872. O telefone só foi chegar no Brasil em 1877.


Em outras palavras, mesmo Rui Barbosa teve que se adaptar às mudanças.


O que acontece agora é que as mudanças estão muito mais velozes.


Na década de 90 as máquinas de escrever foram substituídas pelos computadores. Os aparelhos de faz foram substituídos pelo e-mail. E o WhatsApp tem substituído, em grande parte, tanto as ligações telefônicas quanto os próprios e-mails.


Tem como um advogado nos dias de hoje atuar sem computador, internet, e-mail, telefone celular e WhatsApp? Não.


Mas essas mudanças já não são suficientes?


Não. Essas foram mudanças mais bruscas, forçadas, que não puderam ser ignoradas pelos atuais profissionais do direito, sob pena de ficarem obsoletos.


Porém, há outras mudanças mais sutis, que poucos advogados notaram. E é exatamente onde estão as grandes oportunidades.


Tais mudanças são motivadas pela mudança nas expectativas dos clientes.


O que acontece é que as pessoas estão tendo contato com experiências mais amigáveis em outras áreas, como no transporte, alimentação, educação e tantos outros, e que não conseguem ter o mesmo nível de entrega quando contratam serviços jurídicos.


Hoje em dia, todos esperamos que um site seja tão rápido quanto o do Google, que o design seja tão elegante quanto o da Apple, que a logística seja tão eficiente quanto da Amazon e que a experiência seja tão fluída quanto a da Uber.


Porém, os sites dos escritórios de advocacia ainda estão na década de 90. O design dos produtos pouco evoluiu, como os contratos e as petições que poderiam continuar sendo feitos nas velhas máquinas de escrever que pouco mudaria seu aspecto. A logística é praticamente inexistente, o cliente não sabe quanto tempo o serviço vai demorar, em que ponto que está, quais são os próximos passos.


E a experiência também não é lá essas coisas. A proposta de honorários leva dias para ser apresentada, os advogados não atualizam o cliente sobre o andamento do trabalho se este não entrar em contato cobrando, entre muitas outras coisas.


Esses são apenas alguns exemplos que mostram que o direito não está ficando distante da nova sociedade e, com isso, perde a sua relevância.


A Geração Z, por exemplo, pouco se importa com contratos ou registro de marca, uma vez que para eles a solução de “qualquer coisa nós entramos na justiça” não faz sentido. Eles não querem esperar 10 anos pela solução de uma disputa. Preferem seguir a vida a buscar novos negócios com outros parceiros.


A própria justiça está desacreditada. Quem nunca desistiu de reivindicar um direito ou a reparação de uma violação por entender que não vale a pena a fadiga do judiciário?

E assim, o direito vai perdendo relevância. As pessoas vão buscar outros meios para prevenir ou resolver disputas.


Como a inovação proporciona oportunidades?


Para os profissionais do direito que já perceberam mudanças mais sutis, as oportunidades são inúmeras.


Repensar a forma como entregam os seus serviços jurídicos pode abrir portas e proporcionar um diferencial que nenhum concorrente oferece ao mercado.


Um escritório que proporciona uma experiência mais moderna, ágil e eficiente, vai atrair muito mais clientes do que o escritório que oferece mais do mesmo, o serviço jurídico tradicional que o cliente pode encontrar dezenas de similares em um raio de menos de um quilômetro.


O departamento jurídico que não atua apenas como uma área de apoio e um centro de custo, mas que consegue trabalhar estrategicamente para ajudar a empresa a aumentar seu resultado operacional, começa a se destacar e a ser visto como uma área de grande valor.


No entanto, a tecnologia pode mudar o jogo, isso não temos dúvida. Se um escritório começa a usar um software que encontra em 30 segundos a legislação tributária aplicável a um produto, atividade que um bom advogado tributarista leva uma hora para fazer, isso pode causar muito impacto no mercado.


Como o Legal Design pode ajudar?


O Legal Design é a abordagem que ajuda a inovação a ser bem-sucedida.


Porque inovação é diferente de invenção.


Para inventar, basta criar qualquer coisa nova, por mais inútil que seja.


Para inovar, é preciso fazer algo que faça sentido para as pessoas. Não precisa ser totalmente novo, pode ser uma mudança incremental, mas tem que ser útil.


E não precisa usar tecnologia. Um escritório de advocacia pode inovar em modelo de negócios ou em processos.


No caso de modelo de negócios, pode oferecer um serviço que nenhum outro concorrente ofereça ou até um modelo de cobrança diferenciado. No caso de processos, pode adotar metodologias ágeis, por exemplo, e entregar os serviços com mais eficiência e em menos tempo do que os concorrentes.


O Legal Design auxilia nesse processo ao propor uma cocriarão, onde os clientes e usuários são ouvidos com frequência para direcionar o projeto e garantir que a novidade estará alinhada com as necessidades e os anseios do mercado.


Convite


Se você quiser saber mais sobre inovação jurídica, quero te convidar para um bate-papo que vai acontecer amanhã no escritório Portugal Vilela em Belo Horizonte. Se você puder participar do evento presencialmente na Savassi, clique nesse link. Se você preferir acompanhar pela internet, haverá transmissão gratuita pelo YouTube, e o link de inscrição para o YouTube é esse outro.


Aguardo vocês!


Mauro Roberto Martins Junior

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