Desde o início de 2023, a Engenharia de Prompts tem sido considerada uma nova habilidade.
A rápida evolução da IA Generativa (GenAI) fez com que empresas e até mesmo escritórios de advocacia procurassem trazer conhecimentos especializados em Engenharia de Prompts, seja para fins educacionais ou para funções totalmente novas.
Não há dúvida de que fazer uma solicitação eficaz em uma interface de IA faz uma diferença significativa no resultado.
E até que sejam desenvolvidas plataformas especializadas, é certo que temos alguns anos pela frente em que as interfaces tipo ChatGPT permanecerão proeminentes e compreender por que certos prompts funcionam melhor do que outros melhora a capacidade dos advogados de navegar nesta nova tecnologia.
Solicitação de advogados
Não é nenhuma surpresa, então, que a primeira grande tendência a surgir tenha sido do lado educacional.
No início deste ano, em pesquisas realizadas nos Estados Unidos pela AmLaw 100 verificou que 48% dos escritórios entrevistadas forneceram treinamentos de Engenharia de Prompts aos seus advogados em 2023.
Esses escritórios esperam estar conscientizando seus profissionais sobre o assunto crítico que é a GenAI e, ao mesmo tempo, preparando seus advogados para o sucesso usando qualquer solução que o escritório possa lançar (seja a implantação de um modelo básico por meio de uma API, uma IA assistente jurídico ou outra coisa).
É importante fornecer esse tipo de treinamento porque os advogados já estão sob pressão suficiente na sua rotina e esperar que eles usem corretamente as ferramentas de IA sem dar as condições necessárias, não faz muito sentido.
Embora um chatbot como o ChatGPT, o Copilot ou o Gemini do Google sejam as interfaces de usuário mais flexíveis que se possa imaginar, elas também podem causar muito atrito.
E o atrito no ChatGPT existe, por exemplo, por não saber o que o sistema pode fazer por você, por não saber a melhor forma de solicitar o que se quer ao sistema e também por não saber a precisão da resposta.
Deixar que as solicitações para a Inteligência Artificial fiquem à mercê de um profissional sem o adequado treinamento inflige uma carga cognitiva substancial ao advogado, especialmente quando comparado às interfaces de mecanismos de buscas, como o Google.
Escritórios de advocacia e departamentos jurídicos corporativos fariam bem em reconhecer que a Inteligência Artificial é um caminho sem volta, que será utilizado pelos seus profissionais quer elas queiram, quer não. E deixá-los sem o treinamento adequado é cortejar o desastre.
Os advogados precisam confiar em suas próprias habilidades para inserir comandos e ordens em uma interface de Inteligência Artificial para receber resultados mais precisos, completos e seguros.
Uma preocupação adicional é a quantidade de tempo que os advogados podem levar para tentar repetir as instruções, a fim de encontrar uma que produza um resultado melhor, o que reduz o próprio ganho de eficiência que o produto foi projetado para introduzir.
A adoção da I.A. na prática jurídica precisa ser eficiente e, para isso, dominar a Engenharia de Prompts é fundamental.
Os prompts são mais do que você pensa que são
Se, ao ouvir falar de Engenharia de Prompts, você imagina a noção de prompts de uma ou duas frases, você está enganado.
Para advogados que se aprofundaram na verdadeira execução de casos de uso em chatbots IA Generativa, os prompts bem-sucedidos podem ter mais de uma página.
O que é interessante sobre esse tipo de prompt mais completo e bem projetado é que ele vai ao encontro de duas outras tendências, que são:
o uso de agentes de IA direcionados para abordar casos de uso específicos, e
o uso de fluxos de trabalho automatizados com integrações e chamadas para chatbots de IA para atender casos de uso específicos.
Em outras palavras, parece que os advogados estão sendo criativos de diversas maneiras, e todas apontam para a maior tendência de todas (e a mais bem-vinda): um retorno à inovação focada em casos de uso.
Os prompts são a "nova jurisprudência"?
Respondendo à pergunta título desse artigo, podemos dizer que sim.
Na última semana, o juiz Kevin Newsom, da corte de apelações dos Estados Unidos, escreveu um parecer de 32 páginas para explicar porque achou melhor usar o ChatGPT do que a forma tradicional de buscar por precedentes.
Em um caso envolvendo uma seguradora que se negava a pagar o segurado, o debate central girava em torno do conceito de "paisagismo" e se a instalação de um trampolim no quintal de uma casa deve ser considerado ou não dentro desse conceito.
Fazendo a busca tradicional, o juiz enfrentou muitas dificuldades para responder essa questão, pois não haviam precedentes tão específicos.
Foi então que ele se lembrou do ChatGPT e fez uma série de prompts para verificar se obtinha na IA uma resposta melhor. E o resultado foi surpreendente.
Tendo sido treinada com bilhões de dados de conteúdos textuais disponíveis na internet, ficou fácil para o ChatGPT oferecer um conceito de "paisagismo" e justificar porque a instalação de um trampolim no quintal de uma casa deve ser considerado dentro do projeto paisagístico do imóvel.
E assim, com base na resposta do ChatGPT, o juiz Kevin Newsom embasou a sua decisão, por entender que ela representaria melhor os anseios da sociedade e o próprio senso de justiça do que se ele tentasse forçar uma barra com um precedente sem relação com o tema que era discutido nessa ação específica.
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Mauro Roberto Martins Junior
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