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Foto do escritorMauro Roberto Martins Junior

Quanto ganha um Legal Designer?


Nessa semana vi uma vaga de trabalho para o Brasil, em uma grande multinacional da área de inovação jurídica, que poderia muito bem ser preenchida por um Legal Designer. Era uma vaga de gerente sênior de gestão de produtos (Legal Solutions) e a remuneração não foi informada, mas acredito que deve ser ótima.


Aliás, há poucos meses eu recusei uma proposta de um dos maiores escritórios do país com uma oferta semelhante, mas era para atuar como head de transformação digital, função que um Legal Designer experiente como eu poderia desempenhar com tranquilidade também.


Muitos profissionais do direito estão bastante entusiasmados com o Legal Design e enxergam nessa metodologia uma promissora oportunidade de carreira e as chances de ter uma melhor remuneração.


No entanto, poucos conseguem essa tão sonhada alta remuneração. E sabe o motivo?


Porque se limitam a fazer Visual Law.


Vou explicar as três leis que causam esse problema.


Primeira lei: oferta e demanda


Hoje em dia, com a proliferação dos cursos rápidos de Legal Design, a oferta desse tipo de serviço está aumentando cada vez mais, sem que o mesmo aconteça do lado da demanda, ou seja, os clientes ainda estão inseguros em contratar serviços de Legal Design.


Com muita gente ofertando serviços de Legal Design e, muitas dessas pessoas, desesperadas ou desempregadas, os clientes estão fazendo verdadeiros leilões para contratar tais profissionais e, como todo leilão, o preço acaba esmagado.


Eu mesmo participei de um processo desse tipo, inclusive com “provinha” para comprovar nossa competência e qualidade. Vencemos.


Porém, o importante é perceber que o excesso de demanda está no Visual Law, ou seja, muitas pessoas querendo fazer a parte mais fácil do Legal Design, o design de informação.


Segunda lei: o cliente não é bobo


Outra regra vigente no mercado há milênios e que você precisa se atentar é que o cliente não é bobo.


Se ele paga, em média, R$ 3 mil reais para um advogado tradicional fazer uma revisão do seu modelo de contrato de prestação de serviços, ele não pagará R$ 20 mil para você fazer isso com Legal Design.


Em outras palavras, embora o serviço jurídico com Legal Design seja melhor e mais eficiente para o cliente, tudo tem um limite e a diferença pode não ser tão grande assim.


Então, não se iluda, o cliente não vai pagar várias vezes mais por um contrato em Legal Design.


Terceira lei: seu tempo é limitado


Para quem vive de Visual Law, um problema comum de todas as outras áreas de atuação do direito se apresente: a relação “homem-hora”, ou seja, sendo um trabalho manual e quase que artesanal, haverá uma limitação lógica e natural para os seus ganhos mensais, que é a razão da quantidade de horas que você aguenta trabalhar por dia.


Se você ainda não fez um projeto de Visual Law, você não imagina o quão trabalhoso e difícil é essa atividade.


Portanto, você não conseguirá fechar 20 projetos de R$ 3 mil reais por mês. Você não tem tempo disponível para entregar tudo isso.


E quanto melhor for o seu trabalho, menos tempo você terá. Afinal, se você é Legal Designer mesmo, você realiza entrevistas, pesquisas, testes...


Solução


Para resolver esse problema e realmente atingir o objetivo de ter uma carreira promissora e uma boa remuneração, você precisa sair dessa zona de conforto que é o Visual Law.


Estude e desenvolva as habilidades necessárias para oferecer ao mercado soluções baseadas nos outros tipos de design existentes no Legal Design, como o design de produto, design de serviço, design de organização ou design de sistemas.


Para você ter uma ideia, em um projeto de design de produto para o qual estou trabalhando, o valor cobrado foi de R$ 30 mil reais, para as 05 fases do Legal Design, ou seja, para 05 semanas.


Ainda cobramos mais um valor para acompanhamento do trabalho dos desenvolvedores no valor de R$ 7 mil reais por mês e 4% de participação na empresa do cliente. Ou seja, cobramos bem e ainda nos tornamos sócios do cliente, com possibilidade de faturar milhões no futuro.


Já para outro cliente, fizemos um trabalho de design de organização incrível, onde o ajudamos a identificar, entre 68 fornecedores, qual seria o software ideal para o seu departamento jurídico. Trabalhamos pesado durante 2 meses, mas também fomos muito bem remunerados por isso.


Mesmo no Visual Law, se você souber entregar serviços mais sofisticados, você consegue cobrar um valor maior. Tivemos um cliente que nos contratou para realizar uma série de 10 vídeos de animação sobre o tema LGPD. Cada vídeo, ao custo de R$ 8 mil reais.


Conclusão


O Legal Design pode ser sim uma profissão promissora e de alta remuneração, desde que você não seja um profissional básico, que só sabe colocar ícones em contratos.


Como em qualquer profissão, de cabelereiro a jogador de futebol, de médico a advogado, sempre haverá aqueles que são os melhores e que ganham mais e os outros, que são medianos ou medíocres, e ganham menos.


Se você quer fazer parte do grupo de elite do Legal Design, não fique na zona de conforto do Visual Law e do design de documentos jurídicos, pois lá estão todos os que estão com preguiça de estudar mais e oferecer soluções mais sofisticadas.


Ofereça algo especial, garanta o melhor resultado, e você será remunerado por isso.


Oportunidade


Eu explicarei um pouco mais sobre essa nova dinâmica no mercado jurídico na Escola Superior de Advocacia (ESA). Clique aqui para participar.


Mauro Roberto Martins Junior

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