Como surgiu essa novidade?
O Legal Design é uma daquelas coisas que faz tanto sentido que é incrível pensar como a comunidade jurídica não desenvolveu isso antes.
Por esse motivo, é um movimento crescente dentro do nosso setor, com o potencial de oferecer enormes benefícios, não apenas para os advogados, mas também para as pessoas comuns quando precisarem se relacionar com assuntos jurídicos.
Em resumo, Legal Design é a aplicação dos conceitos de design centrado nas pessoa para tornar os serviços jurídicos mais humanos, utilizáveis e satisfatórios, conforme define Margaret Hagan, criadora do conceito e autora do livro Law by Design.
Na época em que eu cursava Direito em Stanford, seu namorado - agora seu marido - estava escrevendo sua tese de doutorado, que tratava de design de interação e design de experiência do usuário.
Hagan afirma que nunca havia pensado na palavra "design" antes ou considerado um estudo acadêmico. Parecia algo realmente periférico.
Foi somente quando ela se sentou para revisar a tese de seu namorado que realmente começou a pensar no design como um processo para concluir as coisas.
No último ano, Hagan participou de uma aula sobre tecnologia jurídica, onde a palavra de ordem era “eficiência”. Todos se perguntavam como poderiam tornar as interações legais mais eficientes.
Foi quando a parte do design do cérebro de Hagan entrou em ação. O design poderia ajudar a tornar a lei mais eficiente, tornando as soluções mais utilizáveis, de documentos a interfaces da Web, e os próprios serviços jurídicos.
Hagan percebeu que poderia melhorar o sistema jurídico usando métodos e ferramentas baseadas em design, em vez de usar a abordagem que aprendi na faculdade de direito. usando o design para fazer melhorias incrementais no sistema existente, mas também para imaginar maneiras completamente novas de prestar serviços jurídicos e jurídicos.
Hagan teve sorte porque Stanford foi flexível o suficiente para permitir que ela tivesse aulas de design durante todo o tempo em que estava se formando em direito. Ela recebeu um ano de bolsa para estudar no Stanford Institute of Design - a "d.School".
Hoje ela é professora e diretora do Legal Design Lab na Universidade de Stanford.
Mudando o foco dos serviços jurídicos
O Legal Design é uma abordagem interdisciplinar que aplica o design focado em pessoas para prevenir ou resolver problemas jurídicos. E esse é um ponto é essencial.
O Legal Design prioriza o ponto de vista dos “usuários da lei”, como os cidadãos, os consumidores e as empresas, ao invés de focar nos advogados ou juízes, como tem sido feito desde a Roma antiga.
Em outras palavras, trabalhar com Legal Design é olhar para as pessoas que precisam usar informações jurídicas, documentos, políticas e identificar, por meio da empatia, como o sistema jurídico pode ser mais direto, mais envolvente e mais amigável a esse usuário.
Margaret Hagan explica que o Legal Design é uma maneira de avaliar e criar serviços jurídicos com foco em quão usáveis, úteis e envolventes esses serviços são.
Para alguns, o termo “legal” não se refere apenas ao sistema legislativo, mas inclui também doutrina, jurisprudência, decisões, normas sociais, contratos, políticas e vai além da abordagem estática do direito positivo, focando a realidade empírica – não apenas a lei.
Conclusão
Em resumo, o Legal Design nada mais é do que uma nova visão do direito como algo que precisa estar mais integrado com a sociedade para atingir seus objetivos, aumentar sua eficiência e manter sua relevância e, para tanto, as técnicas e ferramentas de design são a solução.
Isso porque o modo de pensar do design (design thinking) coloca o ser humano no centro do processo e cria as soluções de acordo com as respostas obtidas das interações com usuários desde o início do projeto e por todo o seu ciclo de desenvolvimento.
Saiba mais
Espero que esse conteúdo tenha lhe agregado valor e, mais importante, tenha despertado em você o interesse para continuar a pesquisar sobre como o Legal Design pode impactar positivamente sua carreira, seu escritório ou empresa e, por fim, toda a sociedade.
Esse é um tema bastante amplo e para respeitar o seu tempo, fiz esse artigo de forma bastante objetiva e resumida e vou continuar escrevendo uma série de outros conteúdos que complementarão aos poucos todos os aspectos do Legal Design.
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