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O que aprendi com Margaret Hagan sobre Legal Design?



Estou em Stanford, berço do Legal Design, e tive a oportunidade de conversar com ela, a criadora da abordagem: Margaret Hagan!


Ela confirmou minha visão: o Legal Design é a nova grande habilidade que os profissionais do direito precisarão desenvolver nos próximos anos. Nas palavras dela: "Mauro, está vendo todos esses projetos aqui no Codex Future Law? Todos eles precisam de Legal Designers como nós para ter sucesso. Todos eles."


Nesse artigo vou compartilhar com vocês tudo o que eu aprendi nesses dias incríveis por aqui!


A origem do Legal Design


Primeiramente, é importante explicar que o Legal Design não é um evento isolado e sem qualquer relação com o momento histórico em que surgiu. Há todo um contexto.


Estamos no Vale do Silício, o lugar mais inovador do mundo.


E tudo começou lá nos anos 30, quando o professor e reitor Frederick Terman decidiu ir na direção contrária e orientar que os alunos de Stanford ficassem aqui na costa oeste ao se formarem, ao invés de procurarem empregos em Nova York ou Boston.


Os primeiros alunos a seguirem a orientação de Terman foram William "Bill" Redington Hewlett e David "Dave" Packard, que fundaram a mundialmente famosa HP em 1939.


Esse foi o começo do Vale do Silício. Depois, vieram milhares de empresas. Alunos de Stanford foram responsáveis pela fundação de mais de 39.900 empresas, muitas delas se tornaram gigantes corporações globais.


Algumas delas mudaram completamente o mundo e a forma como vivemos, tais como Intel (1968), Apple (1976), Oracle (1977), Adobe (1982), Cisco (1984), Ideo (1991), Yahoo (1995), eBay (1995), Google (1998), PayPal (1999). Linkedin (2002), Facebook (2004), YouTube (2005), Twitter (2006), Netflix (2007), Tesla (2007), AirBnb (2008), Uber (2009), WhatsApp (2009), Instagram (2010), Zoom (2011)... e o Legal Design (2013).


Só aqui em Stanford, já são mais de 18 unicórnios (startups com valor de mercado de mais de $ 1 bilhão), mais do que todos os unicórnios do Brasil.


Aliás, o faturamento anual das empresas daqui é superior a $ 2,7 trilhões, o que supera o PIB do Brasil inteiro (tudo o que o país produz de valor).


Não é por acaso que Stanford é considerada a segunda melhor universidade do mundo, atrás apenas de Oxford, na Inglaterra.


Foi nesse ambiente e nesse contexto que nasceu o Legal Design, em 2013.


Como que Margaret Hagan vislumbrou o Legal Design?


Margaret Hagan era uma estudante do curso de direito da Stanford Law School.


Rodeada de mentes brilhantes e pessoas inovadoras, seu caminho para o Legal Design foi um tanto quanto usual.


Ela tinha um namorado, hoje seu marido, que estava cursando a d.School, escola de design thinking de Stanford, fundada por David Kelley em 2004, criador do Design Thinking e fundador da IDEO, a mais famosa consultoria de design do mundo.


Ela percebeu que o design thinking estava sendo utilizado com sucesso em diversas áreas, resolvendo problemas complexos em finanças, transporte, educação, segurança, alimentação, menos no direito.


Foi então que ela decidiu pedir uma bolsa de estudos para a reitoria e cursar a d.School.


Ela conseguiu e então iniciou um movimento de aplicação do design thinking ao mundo do direito. Em 2013, ela ajudou a fundar o Legal Design Lab de Stanford, onde agora ela é a diretora.


E, em 2017, ela lançou o livro Law by Design, que é considerado a "bíblia sagrada" do Legal Design.


O que não é Legal Design?


Conversando com Margaret Hagan, percebi que aqui também há uma nítida separação entre as pessoas que realmente estudam e aplicam o Legal Design de verdade... e aquelas que ficam apenas no raso, na superficialidade, e aplicam um falso Legal Design.


Então, antes de te explicar o que é o Legal Design, melhor dizer o que não é:


  • Legal design não é arte (você não precisa ter dons artísticos)

  • Legal design não é a simplificação do direito (a simplificação é uma de suas ferramentas)

  • Legal design não é sobre beleza estética (você não vai vencer a ação por ter a peça mais linda do processo)

  • Legal design não é sobre colocar cores nos documentos (pode ser preto e branco e muito eficiente)

  • Legal design não é sobre colocar ícones nos documentos (às vezes, um ícone pode ser mais prejudicial do que um texto sem ícone)

  • Legal design não é sobre fazer revistas em quadrinhos (nem folder, panfletos ou cartões de visita)

  • Legal design não é para qualquer problema ou documento (é apenas para questões complexas)

  • Legal design não é sobre modelos prontos (modelinho pronto é o maior pecado em termos de Legal Design)

  • Legal design não se faz sozinho (é o erro clássico do advogado tradicional)

  • Legal design não é uma metodologia ágil (usamos as metodologias ágeis como ferramentas, em projetos em que fazem sentido)

  • Legal design não é Visual Law (o visual law é apenas um dos tipos de Legal Design, que é o Design de Informação.

A Margaret Hagan riu muito quando eu falei para ela que tenho uma frase que diz que incluir cores e ícones nos documentos jurídicos de forma aleatória é cometer o mesmo erro dos advogados tradicionais, só que colorido (It's tha same mistake, but colorful!)


Agora que você já sabe o que não é Legal Design, vamos falar o que é o Legal Design de verdade.


O que é o Legal Design de verdade?


Segundo Margaret, o Legal Design é a aplicação do design centrado no ser humano ao mundo do direito para criar serviços e sistemas jurídicos mais humanos, úteis e satisfatórios.


Em outras palavras, o Legal Design é a adaptação de uma metodologia testada e aprovada de resolução de problemas complexos para resolver os problemas do direito e da justiça de maneira mais eficiente.


É fazer o seu contrato ser lido, compreendido e respeitado pelo leitor.


É fazer a sua petição ser lida, compreendida e a sua tese aceita pelo julgador.


É fazer da jornada do seu cliente uma experiência mais encantadora, sem atritos.


É fazer uma ferramenta que ajude alguém a executar alguma tarefa relacionada ao direito.


É fazer do seu escritório um lugar melhor para se trabalhar ou do seu departamento jurídico um ambiente em que os advogados realizem seu potencial máximo e entreguem melhores resultados.


É fazer do serviço jurisdicional fornecido por um tribunal um exemplo de serviço bem prestado para a população.


Esses, aliás, são os tipos de Legal Design. Legal Design não é só Visual Law. Legal Design é design de informação, design de serviço, design de produto, design de organização e design de sistemas.


E, em todos os projetos, utilizamos uma metodologia dividida em 5 fases para aplicar mais empatia, criatividade, prototipação e testes às nossas ideias de solução do problema.


Por fim, além do direito e do design thinking, também utilizamos tecnologia, pois hoje é a principal ferramenta para amplificar o potencial do ser humano em qualquer atividade que ele vá fazer, inclusive no direito.



Como faço para me tornar um Legal Designer hoje?


Há dois caminhos.


Ou você tenta fazer tudo sozinho, realizar dezenas de cursos que serão necessários para o desenvolvimento de todas as habilidades necessárias, errar, não ter com quem trocar ideias, pedir conselhos e feedbacks, etc. etc. etc.


Ou você entra para a Comunidade The Legal Designer e encontra tudo o que você precisa. Dezenas e dezenas de aulas, conteúdo sobre todos os tipos de Legal Design, não só de Visual Law, conteúdo sobre todas as fases do Legal Design, conteúdos bônus como dicas de como entrar para o mercado e oferecer seus serviços a treinamento especial em coaching para alta performance.... e muito mais!


Nessa semana estamos com uma promoção especial em comemoração à viagem para a Universidade de Stanford e o preço está com um desconto de R$ 1.000,00!



Qualquer dúvida, estou à disposição!


Mauro Martins

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